Antes dos Escritos 2016
Write Something Here
- Amordaçar o corpo. Suspendê-lo. Compreendê-lo. Sustê-lo e depois averiguar que todos os sentimentos são feitos de armas e de tecidos, os músculos do corpo ausente, a presença de um presente feito e continuado por ter uma presa nos dentes.
- A palavra cenário, de encarnar uma outra personagem e para esquecer a outra e esquecer a anterior e poder dormir. Outra vez. Entender que todo o coração, um deles pode ser metido num copo, um coração de plástico diz ele ao telefone. Será o meu? Penso, será que está enfiado e preso entre o vidro? Ponho todo o meu corpo e espírito
- Compreender o que o corpo fecha e que o corpo abre..
- O cenário, que ilude o estado da coisa. O prazer que sente a mulher naquele instante é ficcionado.
- Aquela perna que se deita ao cair da manhã azul. Aquele vibrar descaído de uma tarde mal dormida. O corpo quente e frio de um acolhimento de uma doença ainda a liberta
- Imaginemos; sempre um corpo dormente, abatido. Com uma manta amarela, ou talvez branca. A perna meia descaída para se fazer notar. Uma cara branca e amarela, de boca a sair um líquido, também ele branco e amarelo, olhos de um sono, de quem mais sonha do que dorme. Um entorpecimento de músculos, de um pequeno colchão azul, que faz com que se junte mais os membros inferiores aos superiores. O corpo que dá para pegar e machucar e beijar e retirar.
- Os dedos que tocam no corpo desde os pés aos joelhos, ao rabo duro. Às costas; à barriga trabalhada; contar-te-ei todos os respirares juntos à boca vermelha.
- Contar-te-ei todos os pormenores de erecção. Vermelho.
- Contar-te-ei as memórias dos actos sexuais. Lembrei-me de uma coisa, o bloqueio do cérebro. O bloqueio que intensifica o falo. Que intensifica a vontade.
- Gosto de tudo.
- Ela respira o seu ar boca a boca, sufoca
- Do que respirar com os olhos fechados, por um respirar expirado.